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Saltério de Paris

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Figura 1David a tocar harpa
Figura 2 — O profeta Isaías rodeado por Nix e Aurora

O Saltério de Paris (ou Codex Parisinianus) é um manuscrito iluminado de origem bizantina, que data da segunda metade do século X. Possui 449 fólios e 14 figuras em tela cheia e está preservado na Biblioteca Nacional de França, sob o código "MS Grec 139".

Pelo seu "estilo quase clássico" — como afirma a Encyclopædia Britannica — e qualidade, considera-se o Saltério de Paris, assim como as homilias de Gregório de Nazianzo, uma obra-chave do chamado renascimento macedónico da arte bizantina do século X.[1]

A iluminura mais famosa retrata David a tocar harpa (figura 1) ao lado de uma figura feminina sentada com a própria "Melodia" (ilustrada à direita). Em torno deste grupo central estão presentes a imagem de Eco, vários animais encantados pela música, e uma figura masculina que simboliza a cidade de Belém. Toda a composição foi certamente inspirada nas pinturas murais greco-romanas, representando Orfeu que fascina o mundo com a sua musica. O Saltério é uma representação que motiva uma interpretação alegórica.

A influência da arte helenística nestas pinturas é manifestamente clara tanto na figuração de modelos alegóricos, como na própria execução. Um exemplo está no fólio 435, onde Nix é representada com um manto sobre a cabeça e uma tocha invertida (figura 2). Esta representação segue as convenções do helenismo.[2] Características que divergem verdadeiramente do que a arte medieval e a arte bizantina, em particular, devem representar. Tudo isto leva a que no século XIX, as autoridades datassem o manuscrito ao tempo de Justiniano. Os bizantinos Hugo Buchthal e Kurt Weitzmann comprovaram inclusivamente que o livro havia sido criado no século X.

  • Walther, Ingo F. and Norbert Wolf. Codices Illustres: The world's most famous illuminated manuscripts, 400 to 1600. Köln:Taschen, 2005.

Referências

  1. Kurt Weitzmann, Gli affreschi di S. Maria di Castelseprio, Rassegna storica del Seprio, fasc. 9-10, 1949-50, p.12-27
  2. Adolfo Venturi, Storia dell'arte italiana, 11 vol., Milão, 1901-1940, vol 2 pp.478-485
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